Piloto da equipe DMais Motorsport conta como foi o pavoroso acidente em Tarumã, onde seu Mercedes-Benz bateu a quase 100 km/h e despencou uma ribanceira. “Quando vi que ia bater, eu avisei no rádio. ‘Bati. Subi nos pneus. Saí do autódromo. Tô descendo a ribanceira!’.”

Na etapa de Tarumã da Copa Truck, disputada no último fim de semana no tradicional autódromo localizado em Viamão, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), um grande susto na abertura das atividades do domingo teve Daniel Kelemen como protagonista.

O piloto da DMais Motorsport sofreu um gravíssimo acidente, cujas imagens impactantes do seu caminhão despencando uma ribanceira e sumindo da tela na entrada da última curva rodaram o mundo.

A imagem do caminhão no meio de uma ribanceira, cerca de 15 metros abaixo do nível da pista, rodeado por árvores, galhos e arbustos, só não impressionou mais que a cena do piloto saindo da cabine sem sofrer um único arranhão – mais um testamento à segurança da categoria.

“Eu estava em minha volta de saída dos boxes, pisei a roda na grama e virei passageiro imediatamente, pois havia chovido na noite passada e a grama estava muito escorregadia”, comenta Kelemen, que deixou a equipe ciente em tempo real do que acontecia ao relatar os acontecimentos ao pressionar o botão no volante do rádio enquanto despencava.

“Quando vi que ia bater, eu avisei no rádio. Aí tirei a mão no primeiro impacto e voltei. ‘Bati. Subi nos pneus. Saí do autódromo. Tô descendo a ribanceira!’. Desci uns 15 metros, pelas minhas contas”, relata o piloto, que também puxou a telemetria para saber detalhes mais exatos: “A batida nos pneus foi a 94 km/h, ele subiu nos pneus a 40 km/h, e desceu a ribanceira a uns 20 km/h, com o caminhão sendo amortecido pelo matagal até parar.”

O susto maior, de acordo com Daniel, foi quando o Mercedes-Benz #45 despencou – não pela velocidade, mas pela facilidade que um galho mais espesso conseguiu perfurar o pára-brisas no canto superior do vidro, próximo ao banco do piloto. E tal situação passou a ser trabalhada imediatamente no retorno de Daniel aos boxes – ciente de que o vidro frontal é a parte mais frágil de toda a estrutura do caminhão.

“A única coisa que assustou foi o galho robusto que perfurou o vidro da frente – e isso já nos está fazendo estudar o desenvolvimento de mais medidas de segurança como um segundo vidro, blindado e espesso, para auxiliar em situações onde algo vai de encontro ao pára-brisas”, explica Kelemen, que fez questão de celebrar o fato de não ter sofrido nada.

“Eu saí sem nenhum arranhão e isso mostra a eficácia da segurança dos caminhões da Copa Truck. Me sinto seguro competindo dentro de um e sempre que puder vamos melhorando a segurança em conjunto com a organização e a ANECT”, completa o piloto.

Já o caminhão foi retirado somente na segunda-feira após a corrida, já que foi preciso uma retroescavadeira para facilitar o acesso e e o processo levou boa parte do dia. Os danos ainda serão avaliados pela equipe DMais Motorsport – nada que impeça a participação de Kelemen na próxima etapa, marcada para os dias 16 e 17 de novembro em Curvelo (MG).